Eram pessoas acusadas de fazer feitiços e usar poderes sobrenaturais, supostamente obtidos em rituais satânicos e pactos com demônios. Ao contrário do que muita gente imagina, a maior parte dos casos de perseguições contra bruxas, queimadas em fogueiras coletivas, não aconteceu na Idade Média, mas no início do período moderno, do final do século 14 ao começo do século 18. Existe muito exagero sobre o assunto, que só começou a ser pesquisado na década de 1970. "Idéias falsas sobre as bruxas persistem até hoje. Jamais existiu qualquer culto de bruxas, envolvendo deusas, demônios ou deuses ancestrais, e as pessoas suspeitas de serem bruxas nunca tiveram conexão com religiões pagãs antigas", afirma o historiador Jeffrey Burton Russell, da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos. Muitas dessas histórias foram alimentadas por escritores românticos do século 19, que criaram mitologias sobre essas figuras - a mulher que entra pelo telhado para chupar o sangue de crianças, bebe e gargalha voando de vassoura... Mas, então, quem eram as pessoas que iam parar na fogueira? Geralmente, eram os chamados hereges, gente que não seguia o catolicismo pregado pela Igreja. Em povoados mais supersticiosos, a coisa era mais complicada: na França do século 15, há registros de epidemias que geraram uma espécie de histeria coletiva - o povo culpava as bruxas pelas doenças. Aí, bastava a mulher ser esquisitona para ser considerada bruxa, perseguida e levada à fogueira. Um caso de preconceito explícito - e numeroso. Calcula-se que entre 40 mil e 50 mil pessoas foram executadas acusadas de bruxaria.
Dança da vassouraPerseguição aos acusados de bruxaria durou mais de 300 anos
1428
Na cidade de Valais, na Suíça, acontece o primeiro julgamento coletivo de pessoas acusadas como bruxas. Não se conhecem detalhes dos processos ou da quantidade de acusados e condenados, pois os registros foram na maior parte destruídos
1692
Na cidade de Salem, nos EUA, 150 pessoas são presas sob acusação de bruxaria, depois que algumas meninas alegaram ter sido enfeitiçadas. Um tribunal especial é estabelecido para julgar o caso. Dezenove pessoas são condenadas à morte e enforcadas
1793
Embora a data e o local sejam bastante controversos, a última execução por ordem judicial de suspeitas de serem bruxas na Europa parece ter acontecido na Polônia - duas mulheres foram queimadas na fogueira
1586
Publicação do livro O Martelo das Bruxas, escrito por dois frades dominicanos. Por possuir valor legal e religioso (o livro era aceito por católicos e protestantes), a obra serviu nos dois séculos seguintes como manual para identificar e eliminar bruxas
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